Sentada no chão, bem no cantinho, observo em silêncio. Silêncio e admiração. E vejo a brasilidade diante dos meus olhos castanhos. Marrons da cor da terra, do barro, da cerâmica, da argila, da raiz.
Vestida com um manto branco.
A pele morena, digna de uma caucasiana, contrasta com a cor do vestido. Os cabelos lisos de africana, movimentam-se conforme ela gira ao redor do próprio eixo. Os olhos amendoados das índias se fecham e sentem os pés tocarem a terra úmida. Os dedos penetram na areia e estabelecem um equilíbrio com o corpo, com as raças, com as etnias, com as cores.
Ao final, ela despenca no chão. Os cabelos ficam sujos de barro e ela sorri. Um sorriso claro de luz. E fala a língua do seu povo, numa voz que faz tremer os horizontes. Ela ama a própria terra, a própria tribo. Com sotaque de Minas Gerais.
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