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sexta-feira, 20 de maio de 2011

A origem do medo

Pior do que perder alguém, é sentir que irá perder. É justamente esse "sentir que irá"que se resume em um tempo irresumível. Permanece como uma bigorna no peito, que pressiona o par de pulmões contra o coração, que dói ao respirar um ar que queima mais que veneno. E a sensação de impotência causa angústia. Uma angústia aguda, egocêntrica, ofuscada. E Alá, Zeus, Odin, Olimpo, céu e inferno são consultados em busca de respostas, em busca de reforços. Mas não obtém-se palavra. Uma única palavra. Obtém-se silêncio, ausência de som, vida muda; que sufoca pacificamente. E o consolo atrasa e o conforto foge. O colorido se torna escuro; da cor do preto, da cor de uma tonelada. E o cérebro congela, e o tempo pára. E o ar acaba. E a esperança se esconde. E a incerteza domina. E o medo surge.


Obs.: para ler ouvindo "Quem Sabe"- Los Hermanos.

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